Estudos de Genocídio em Perspectiva Comparada
Ano Letivo: 2022-1
Nosso propósito nesta disciplina é introduzir os estudantes em um campo de reflexão plenamente reconhecido e interdisciplinar, que envolve juristas, psicólogos, historiadores, cientistas sociais e críticos literários. O campo dos estudos sobre genocídio é pautado concomitantemente por abordagens acadêmicas e por formas de intervenção política e social – a exemplo dos estudos sobre o trauma e sofrimento, que podem resultar em políticas de acolhimento e reinserção de vítimas. Nossa finalidade, inicialmente, será a discussão tanto de estudos clássicos, quanto de estudos contemporâneos, através do cruzamento de debates conceituais, jurídicos, históricos e sociológicos presentes no campo dos estudos sobre genocídio. O ponto de partida é paradoxal: se o diagnóstico de estarmos diante de dinâmicas e práticas genocidárias na atualidade exige um evidente compromisso político (denúncia e intervenção), sua qualificação só é possível se considerarmos décadas de debates acadêmicos. Será, então, a partir das contemporâneas formas de justiça transicional e de celebrações da memória, que buscaremos enfrentar genocídios que se sucederam ao longo do tempo – do genocídio Herero no sudoeste da África, ao genocídio em Ruanda, passando pelo genocídio Armênio, pela Shoá, pelo Porajmos e por Pol Pot – dando ênfase às complexas formas de esquecimento e reprodução de mecanismos de exclusão e segregação que dialogam com o genocídio como prática social.
Programa do Curso
Estudos de genocídio, um campo de pesquisa, debate e intervenção política
Bibliografia
Comaroff, Jean & Comaroff, John L. 2013. “La historia sometida a juicio. Memoria, evidencia y producción forense del pasado”. In Teorías desde el sur. O cómo los países centrales evolucionan hacia África. Buenos Aires: Siglo Veintiuno.
Robin, Régine. 2015. A memória saturada. Campinas: Editora Unicamp, pp. 297-366.
Bibliografia:
Feierstein, Daniel. 2007. El genocidio como práctica social. Entre el nazismo y la experiencia argentina. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, pp. 31-110.
______________. 2008. Seis estudios sobre genocidio. Análises de las relaciones sociales: otredad, exclusión, exterminio. Buenos Aires: Editores del Puerto, pp. 3-24.
Bibliografia
Arendt, Hannah. 1990 [1951]. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia das Letras, pp. 31-75; 111-146.
Chalk, Frank & Jonassohn, Kurt. 2010 [1990]. Historia y sociología del genocidio. Análisis y estudios de caso. Buenos Aires: Prometeo, pp. 21-86.
Sémelin, Jacques. 2009 [2005]. Purificar e destruir. Usos políticos dos massacres e dos genocídios. Rio de Janeiro: DIFEL.
Bibliografia
Campos, Rafael Coca de. 2017. Ocupação, violência e negociação: relações econômicas, políticas e sociais entre populações africanas pastoris e a sociedade colonial portuguesa no sudoeste angolano. Campinas: Dissertação de mestrado / Programa de Pós-Graduação em História / Universidade Estadual de Campinas.
Chalk, Frank & Jonassohn, Kurt. 2010 [1990]. Historia y sociología del genocidio. Análisis y estudios de caso. Buenos Aires: Prometeo, pp. 298-319.
Hochschild, Adam. 1999. O fantasma do rei Leopoldo. Uma história de cobiça, terror e heroísmo na África colonial.
Bibliografia
Sociedade Editorial Alemã para a Política em Berlim (editores). 1994 [1921]. Um genocídio em julgamento. O processo Talaat Paxá na República de Weimer. São Paulo: Paz e Terra.
Chalk, Frank & Jonassohn, Kurt. 2010 [1990]. Historia y sociología del genocidio. Análisis y estudios de caso. Buenos Aires: Prometeo, pp. 320-371.
Bibliografia:
Arendt, Hannah. 1990 [1951]. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia das Letras.
Arendt, Hannah. 1999 [1964]. Eichman en Jerusalén. Un estudio sobre la banalidad del mal. Barcelona: Lumen, pp. 229-310.
Feierstein, Daniel. 2008. Seis estudios sobre genocidio. Análises de las relaciones sociales: otredad, exclusión, exterminio. Buenos Aires: Editores del Puerto, pp. 25-44.
Bibliografia:
Arendt, Hannah. 1999 [1964]. Eichman en Jerusalén. Un estudio sobre la banalidad del mal. Barcelona: Lumen, pp. 11-60; 333-382.
Feierstein, Daniel. 2007. El genocidio como práctica social. Entre el nazismo y la experiencia agentina. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, pp. 145-176.
______________. 2008. Seis estudios sobre genocidio. Análises de las relaciones sociales: otredad, exclusión, exterminio. Buenos Aires: Editores del Puerto, pp. 3-24.
- Eugenia e eutanásia;
- Os ciganos e a solução final (porajmos)
- Os testemunhos de Jeová;
- Os homossexuais;
- O negros europeus.
Bibliografia:
Aly, Götz. 2014. Los que sobraban. Historia de la eutanasia social en Alemania Nazi 1939-1945. Barcelona: Crítica.
Seel, Pierre & Bitoux, Jean Le. 2001 [1994]. Pierre Seel. Deportado homosexual. Barcelona: Bellaterra.
Triângulos Roxos: Testemunhas de Jeová e o Holocausto (Documentário BBC 1991)
Parágrafo 175 (Documentário LGBT 2000)
Korkoro (filme francês de 2009)
Bibliografia:
Kierman, Ben. 2008 [1996]. El Régimen de Pol Pot. Raza, poder y genocidio en Camboya bajo el régimen de los Jemeres Rojos, 1975-1979. Buenos Aires: Prometeo, pp. 45-238; 375-450.
Bibliografia:
Gourevitch, Philip. 2006 [1998]. Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias. São Paulo: Cia das Letras.
Bibliografia:
Browning, Christopher. 2007 [1992]. “Memoria alemana, interrogación judicial y reconstrucción histórica: escritura de la historia de los autores a partir del testimonio de posguerra”. In Friedlander, Saul (compilador). En torno de los limites de la representación. El nazismo y da solución final. Buenpos Aires: Universidad de Quilmes Editorial.
Feierstein, Daniel. 2012. Memorias y representaciones. Sobre la elaboración del genocidio. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica.
LaCapra, Dominick. 2007 [1992]. “Representar el Holocausto: reflexiones sobre el debate de los historiadores”. In Friedlander, Saul. 2007. En torno de los límites de la representación. El nazismo y la solución final. Buenos Aires: Universidad Nacional de Quilmes Editorial, pp. 171-198.
_______________. 2008. Historia y memoria después de Auschwitz. Buenos Aires: Prometeo, pp. 21-90.
Pollak, Michael. 1989. “Memória, esquecimento, silêncio”. In Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, nº 3, pp. 3-15.
Bibliografia:
Mukasonga, Scholastique. 2017 [2008]. A mulher de pés descalços. São Paulo: Nós.
_____________________. 2018 [2006]. Baratas. São Paulo: Nós.
Levi, Primo. 1988 [1947]. É isso um homem?. Rio de Janeiro: Rocco.
Welzer, Herald et alt. 2012 [ 2002]. Mi abuelo no era nazi. El nacionalsocialismo y el Holocausto en la memoria familiar. Buenos Aires: Prometeo.
Bibliografia:
Nascimento, Abdias. 2016. O genocídio do negro brasileiro. São Paulo: Perspectiva.
Oliveira, João Pacheco de. 2016. “Pacificação e tutela militar na gestão de populações e territórios”. In O nascimento do Brasil e outros ensaios. “Pacificação”, regime tutelar e formação de alteridades. Rio de Janeiro: Contracapa.
Aly, Götz. 2006. La utopía nazi. Cómo Hitler compró a los alemanes. Barcelona: Crítica.
Conte, Édouard & Essner, Cornelia. 1998. A demanda da raça. Uma antropologia do nazismo. Lisboa: Piaget.
Coquery-Vidrovitch, Catherine. 2007. Des victimes oubliées du nazisme. Les noirs et l’Allemagne dans la première moitié du XXe siècle. Paris: Le Cherche Midi.
Friedländer, Saul. 2012 [1997]. A Alemanha nazista e os judeus. 2 volumes. São Paulo: Perspectiva.
Garbe, D. 2008. Between Resistance and Martyrdom: Jeovah’s Witness in the Third Reich. Winsconsin: University of Winsconsin Press.
Gewalt, Jan-Bart. 1999. Herero Heroes: A Socio-political History of the Herero of Namibia, 1890-1923. Athens: Ohio University Press..
Halbwachs, Maurice. 1990 [1950]. A memória coletiva. São Pauli: Vértice.
Hancock, Ian. 2004. “Romanies and the Holocaust: a reevaluation and overview”. In Stone, D. (org). The Historiography of the Holocaust. Londres: Palgrave Macmillan, pp. 383-396.
Malkki, Liisa. 1995. Purity and Exile: Violence, Memory, and National Cosmology among Hutu Refugees in Tanzania. Chicago: Chicago University Press.
Mamdani, Mahmood. 1998. Ciudadano y súbdito. África contemporánea y el legado del colonialismo tardío. México: Siglo Ventiuno Editores.
__________________. 2002. When Victims Become Killers. Colonialism, Nativism, and the Genocide in Rwanda. Princeton: Princeton University Press.
_________________. 2020. Neither Settler Nor Native: The Making and Unmaking of Permanent Minorities. Harvard University Press.
Mbembe, Achile. 2020. Necropolítica. São Paulo: N 1.
Nolte, Ernst. 1997 [2001]. La guerra civil europea, 1917-1945. México: Fondo de Cultura Económico.
Swaan, Abram. 2016. Diviser pour tuer. Les régimes génocidaires et leurs hommes de main. Paris: Seuil.
Vidal-Naquet, Pierre. Os assassinos da memória. Campinas: Papirus.
Informações
Instituto de História
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Professores responsáveis:
Michel Gherman
Mônica Grin
Professor Convidado:
Omar Ribeiro Thomaz (Unicamp)
Monitora:
Daiani Barbosa
Dia: Terça-feira (Semanal)
Horário: 10:00/13:00 – 2022.1
niej@niej.historia.ufrj.br